Nascido
no Rio de Janeiro em 16 de maio de 1925, mais precisamente na Ilha do
Governador, Nilton Santos costumava atribuir grande parte do seu estilo à
paixão pelo futebol descompromissado, seja em forma de pelada de rua, seja nos
jogos do Flecheiras, time amador da Ilha. Quem o levou para General Severiano
foi o Major Honório, que o conhecera como soldado 105, na Aeronáutica. O Major,
com um tio influente no Botafogo, confiava tanto no futuro do Nilton Santos que
achou por bem passar por cima dos problemas disciplinares que ele criara na
caserna. Prestou, assim, inestimável serviço ao futebol brasileiro.
Assim
sendo, o soltado indisciplinado virou a “Enciclopédia do Futebol”. Em parte por
sua extraordinária visão de jogo. Mas, sobretudo, porque fez o que os teóricos
só fariam anos depois. Nilton Santos iniciou a participação efetiva dos
jogadores de defesa nas ações de ataque. Era dono de um estilo técnico: tinha
um perfeito sentido de cobertura, passes precisos, dribles desconcertantes. E
adorava avançar pela faixa esquerda do campo. A sua obsessão pelo ataque o fez inovar o futebol de sua época, com suas arrancadas pela lateral. Nilton Santos raramente fazia falta e nunca jogou com violência. Exercia uma liderança discreta e eficaz, exemplo para seus companheiros e acima de tudo muito respeitado por todos.
Em 1948 –
já com 23 anos – foi apresentado a Zezé
Moreira, então iniciando a carreira de técnico no Botafogo, e treinou como
zagueiro. Logo passou para a posição que o consagrou e, em pouco tempo, já era
considerado o melhor lateral-esquerdo do Brasil. Foi campeão carioca naquele
ano de estreia no clube e ganhou uma chance na Seleção Brasileira. Mas teve que
amargar a reserva, tanto no Sul-Americano daquele ano (quando o Brasil foi
campeão), quanto na Copa do Mundo de 1950.
Foi uma
questão de tempo e sua refinada categoria o fez titular nos três mundiais
seguintes (apenas em 1954 o Brasil não venceu). Fez parte do time bicampeão
mundial – 1958 e 1962 – e marcou o seu nome na história do futebol mundial. Pela Seleção foram 85 jogos e 3 gols marcados,
sendo 74 oficiais e os mesmos 3 gols.
Ao lado
de craques como Garrincha, Didi e Zagallo, escreveu uma das mais belas páginas
da história do time da estrela solitária, sagrando-se quatro vezes campeão
carioca pelo Botafogo (1948/57/61/62). Nilton Santos permaneceu toda a sua
carreira – 18 anos – no clube e despediu-se do futebol em 1964. Faz parte da
galeria dos maiores ídolos do Glorioso, pelo qual defendeu em 718 jogos,
marcando 11 gols.
Chegou a
trabalhar como técnico, mas não alcançou o mesmo sucesso que teve dentro das
quatro linhas. Com 88 anos, lutava contra o Mal de Alzheimer e uma infecção
pulmonar. Morreu em 27 de novembro de 2013, no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações
respiratórias. Foi compadre e o melhor amigo do gênio Garrincha.
Não consegui "ler" nenhuma página dessa Enciclopédia, sequer imaginar a leitura, o que "vi" foi me mostrado através das válvulas das reprises.
ResponderExcluirO que está escrito na Enciclopédia é algo pra ficar pra sempre. Os craques de hoje estão escrevendo suas histórias para serem registradas na Enciclopédia. Daqui há cem anos, quem for ler a Enciclopédia esportiva do início do século 21, vai encontrar Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar e mais alguns. Diguinho, Márcio Araújo e mais algumas centenas, só na escalação dos times. rsss
ResponderExcluir