quarta-feira, 25 de novembro de 2020

DIEGO MARADONA: UM "GÊNIO" INDOMÁVEL

 


Uma chuvosa tarde de sábado de 1969, Parque Saavedra, Buenos Aires, Argentina. O time infantil do Argentino Juniors treina num campinho alugado no meio do bosque no parque. O garoto Gregório Carrizo, então com 8 anos, chega acompanhado de um garoto baixinho e o apresenta para o técnico Francisco Cornejo, que achou se tratar de um anão vindo da paupérrima Villa Fiorito e que tentava a sorte no futebol.

 

No primeiro toque na bola, Cornejo percebeu que não era um qualquer. A bola foi ao encontro do garoto. Segundo descrição do próprio Cornejo, ele dominou a bola ainda no ar com o pé esquerdo, sem a deixar cair na grama e, com o pé ainda no ar, voltou a pegá-la, deu um chapéu num amigo e chutou ao gol. O fenômeno Diego Armando Maradona nascia ali.

 

Dieguito foi o melhor jogador de sua geração, um meia genial que jogou em quatro Copas do Mundo (1982/86/90/94). Baixinho, atarracado, veloz, técnica refinada e uma habilidade para passar a bola extraordinária. De seus pés saíram lances divinos, mágicos, enfeitiçados. Esse camisa 10 encantou o mundo inteiro. Mal havia completado 16 anos já estava jogando pelo Argentino Juniors. Em 1981 ele marcou 43 gols em 45 jogos antes de ir para o Boca Juniors.

 

Apesar de uma participação apenas razoável na Copa de 1982, na Espanha, ele mudou-se para Barcelona. De lá foi para o Nápoli e conquistou de vez a Europa levando o time italiano a conquistar títulos importantes. Na Itália jogou ao lado dos brasileiros Alemão e Careca, com quem formou uma dupla de ataque infernal. Dentro desse período que jogou no Nápoli – de 1983 a 1991 – foi o grande comandante da Argentina na conquista da Copa do Mundo de 1986, no México, quando marcou seu famoso gol “Mão de Deus” contra a Inglaterra.  Levou a Argentina à final da Copa de 1990, na Itália, ficando com o vice-campeonato.

 

A história do gênio começou a mudar quando deixou o Nápoli, em 1991, em circunstâncias não muito agradáveis, suspenso por um ano por uso de cocaína. Depois de cumprir a suspensão, "voltou" aos gramados jogando pelo Sevilla, da Espanha, Newell´s Old Boys, da Argentina, e retornando ao Boca Juniors para encerrar a carreira em 1997. Durante a Copa de 1994, nos Estados Unidos, foi afastado da competição quando seu teste antidoping detectou efedrina, que é uma substância eficaz para a perda de peso, porém muito perigosa, e que fazia parte da lista de medicamentos proibidos.

 

Assim como o gênio das pernas tortas - o nosso Garrincha -que foi consumido pelo álcool, o gênio argentino não conseguiu driblar o seu adversário mais difícil - as drogas. A sua história no futebol poderia ter tido um final bem mais feliz. Os problemas extracampo foram cruciais para abreviar a sua carreira e, consequentemente, também com a sua saúde.

 

Diego nasceu em Lanús no dia 30 de outubro de 1960. Menos de um mês após completar sessenta anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória e veio a óbito, em 25 de novembro de 2020, na cidade de Tigre. Maradona estava debilitado e vinha sofrendo com sérios problemas.

 

Esse faz parte do meu álbum de grandes ídolos do futebol.

 

Números da carreira:

 

Argentino Juniors – 166 jogos e 149 gols

Boca Juniors – 71 jogos e 46 gols

Barcelona – 58 jogos e 38 gols

Nápoli – 259 jogos e 199 gols

Sevilla – 29 jogos e 14 gols

Newell´s Old Boys – 5 jogos

Seleção Argentina – 91 jogos e 34 gols


Títulos mais importantes: Mundial de Juniores de 1979 e Copa do Mundo de 1986, pela Seleção; Campeonato Argentino de 1981, pelo Boca Juniors; Copa do Rei de 1983, pelo Barcelona; Copa da Itália de 1987, Copa da Uefa de 1989 e Campeonato Italiano de 1987 e 1990, pelo Nápoli.  

 

 

 

 

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