Li todos
(e completamente) os jornais encadernados e preservados de tempos remotos de
Miracema (creio eu, que estejam depositados no belíssimo Centro Cultural). Conversei
muito com os “antigos” que, como verdadeiras entidades do conhecimento,
disseminavam a capacidade de sua memória histórica. Porquanto tanto perquiri
que acabei descobrindo “causos” curiosos, magnificentes e tenebrosos.
Um sempre
me vem à memória. Nem tanto pela pessoa em si, por quem eu tinha reparos (?).
Mas, talvez, por ele ter sido o “grande fiel da balança” desta história.
(MAIS OU
MENOS SESSENTA ANOS ATRÁS)
Personagem
1: “Capitão” Altivo Mendes Linhares – figura extremamente importante no cenário
político: miracemense (prefeito), estadual (prefeito da capital do estado –
Niterói) e federal (senador da república).
Personagem
2: Tenório Cavalcante de Albuquerque, alagoano, vereador, deputado estadual e
federal – apregoava ter quase cinquenta furos de balas em seu corpo; andava
sempre com uma capar preta, sob a qual escamoteava a submetralhadora “lurdinha”.
Palco:
Rua Direita de Miracema.
Ato:
Defronte à farmácia do Sr. (Dr.) Azarias Gutterres, local que julgamos (pelo
menos eu) ser o ponto central da cidade, armou-se um palanque para um comício
do Cap. Altivo. Como ele era uma força crescente no estado, representado uma
ameaça a outras hegemonias, o “homem da capa preta” resolveu invadir a “terrinha”
com sua milícia no intuito de impedir a realização do evento. Dizem ter sido cena idêntica à dos faroestes. Do
alto do palanque, o “Capitão” e seus seguranças; de outro lado (nas imediações
da loja do Sr. Zé de Assis), o “Tenório” e seus asseclas.
Tchã!
Tchã! Tchã! Tchã!
Final: o
Tenório, o “todo poderoso”, o “homem da baixada fluminense”, o “homem da capa
preta”, ficou a ouvir a oratória do “Capitão”, que não se intimidou com sua
falácia e audácia.
Eu adorava o Bebeto. Que pessoa sensível!
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