segunda-feira, 27 de maio de 2024

AFFONSO SOARES: O COMENTARISTA QUE NÃO PERDE A ESPORTIVA

 


O jornalista Affonso Gonçalves Soares teve como primeiro desafio cobrir a Copa do Mundo de 1950, no Brasil. Trabalhou em algumas emissoras do rádio carioca, mas foi na rádio Globo (durante 23 anos) e na rádio Tupi (durante 19 anos), que marcou o seu nome no meio esportivo radiofônico.


Criou e trabalhou em outros quadros que não eram ligados ao esporte. Produtor de mão cheia, Affonso era múltiplo, um baita profissional. Fez também alguns personagens em programas de rádioteatro. Na Tupi era dele um programa que abria as jornadas esportivas, às 13h, denominado “Vai dar zebra”. 


Nascido no Rio de Janeiro, em 11 de setembro de 1923, era um torcedor apaixonado do Fluminense e da Portela. Durante muitos anos fez parte dos debates do programa Haroldo de Andrade, na rádio Globo, e da equipe de esportes comandada pela dupla Waldir Amaral e Jorge Curi.


Além dos programas policiais, transmissões esportivas e carnavalescas, fez sucesso no rádio matutino apresentando o seu "Não Perca a Esportiva", primeiro na Rádio Globo, dentro do programa do Paulo Giovanni, e na Rádio Tupi, dentro do programa do Francisco Barbosa.

 

Vítima de um infarto enquanto dormia, morreu em 27 de maio de 2007, aos 83 anos. Ele já estava aposentado.

 

Transcrevo a seguir um relato do jornalista Luiz Cândido, de Campos dos Goytacazes, de um fato ocorrido com Afonso Soares:

“Affonso Soares certa vez foi convidado a comentar um jogo em Campos, à noite. Foi na antiga Rádio Continental, na briga pela audiência com a Difusora. Ele veio, porém, tinha que retornar logo ao Rio porque fazia programa na manhã seguinte. E assim foi feito. A Rádio tinha uma Kombi velha, e o motorista era um sujeito magricela que era conhecido por Tristeza. Durante a viagem Affonso foi dormindo no banco traseiro, e em certo ponto do percurso, o veículo pegou fogo. Tristeza estacionou no acostamento da BR e tratou de acordar o radialista, gritando: Olha o fogo, olha o fogo! Affonso saiu correndo, só de meias. A sorte é que os veículos paravam devido ao incêndio e ao saberem de quem se tratava, deram carona ao Affonso que chegou à Rádio Globo sem os sapatos. Foi nos anos 1970.”

 

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