sábado, 30 de abril de 2016

ADILSON DUTRA: O COMENDADOR


Durante quase todos esses anos, dividindo a sua paixão pelo rádio com o seu emprego de bancário, escreveu uma linda história na imprensa esportiva campista, tanto no rádio como no jornal, o que também havia feito aqui em Miracema, liderando a equipe de esportes da Rádio Princesinha do Norte, a partir de 1982. Equipe essa que foi vanguarda nas transmissões em outras cidades, acompanhando jogos no Maracanã, Niterói, Campos, Itaperuna e outras da região. Trabalhou também, por um breve período, na Rádio Feliz, de Santo Antônio de Pádua.

Em Campos teve a oportunidade de trabalhar nas principais emissoras de rádio da cidade, tais como: Difusora, Cidade, Continental, Cultura, Diário FM, entre outras. Na imprensa escrita, trabalhou na “Folha da Manhã”, como editor de esportes, em “A Cidade”, como redator e colunista e no “Diário NF”, como colunista.

Adilson entrevistando o craque Geovani
No ano de 1987 foi agraciado com o Troféu Bola de Ouro do rádio esportivo no Brasil, quando trabalhava na Rádio Cidade. O prêmio era organizado pelo jornalista José Jorge de Souza e patrocinado pela FIFA. A primeira edição ocorreu em 30 de março de 1972, no Rio de Janeiro.   Para se ter uma ideia de sua importância no meio, o evento tradicional homenageava os destaques do ano no rádio, jornal e televisão em todo o Brasil. Era considerado “O Oscar da Comunicação Esportiva”.

A conquista só veio coroar e mostrar toda a sua importância para a imprensa esportiva de Campos e de todo o estado do Rio. O prêmio Bola de Ouro não é para qualquer um, ainda mais sendo para um repórter de uma emissora do interior do estado, que disputou com colegas das principais rádios dos grandes centros.

Fique sabendo, meu caro amigo, você faz parte do seleto grupo de personalidades da nossa cidade, mesmo que não reconhecido por alguns, mas os seus verdadeiros amigos, que são muitos, sabem dar o merecido valor por todos os obstáculos vencidos pela sua capacidade de passar por cada um deles. E foram muitos, pois conheço algumas histórias.

Mesmo estando afastado do rádio, temos o prazer de ler o que você escreve no seu blog e na coluna do jornal Dois Estados, transportando para seus textos toda sua emoção e amor por aquilo que faz e, por sinal, muito bem feito! Além de parabenizá-lo, quero agradecer por sua amizade e que continue por mais trinta anos contando histórias e mais histórias...  

Prestigiando o amigo no recebimento da Comenda


CRONOLOGIA DO PROGRESSO NO DISTRITO DE MIRACEMA


Fonte: revista comemorativa dos 66 anos de Miracema
Fotos: internet

1883 – Estrada de Ferro Santo Antônio de Pádua – Ramal Miracema.  Possuíam, inicialmente, duas locomotivas, dois carros de passageiros e 10 carros pra cargas.
                                                  
1896 – Sociedade Musical XV de Novembro - Associação que teve como seu 1º presidente Francisco Cardoso.


1898 – Sociedade Musical Sete de Setembro – Associação que teve como fundadores: Ricardo Barroso, Arcanjo Abrantes e João Paes.
                                                 
1906 – Fábrica de Tecidos – Fiação e Tecelagem São Martinho Ltda – Criada por Francisco Bruno de Martino, constituía uma das principais fontes de renda pelo número de operários que abrigava.
Fábrica de Tecidos
                          
1912 – Luz Elétrica – Como nas demais cidades, antigamente a luz era a gás ou a lampião. Em 1912, foi implantada no Distrito, tendo seus serviços planejados pela Cia Força e Luz do Norte Fluminense.

                                                                      
1917 - Grupo Escolar Dr. Ferreira da Luz – Criado com as contribuições totais e espontâneas do povo. Teve sua construção iniciada em 14 de julho de 1916, na Rua Marechal Floriano (Rua Direita). Foi inaugurado em 1917 e mais tarde doado ao Estado. No ano de 1935, o Cel. Armando Ribeiro doou um terreno na Rua Matoso Maia, também no centro, com a finalidade da construção pelo Governo do Estado da sede nova para o Grupo Escolar Dr. Ferreira da Luz. Devido à instalação do Município em 1936, o antigo prédio do Grupo Escolar Dr. Ferreira da Luz, passou a ser sede da Prefeitura Municipal.    
Ferreira da Luz já instalado na Rua Matoso Maia 
                                                                                


1922 – Instituto Afrânio Peixoto (Colégio Miracemense) – Primeira Instituição Educacional de grande porte em Miracema, foi criado pelo Professor José Paulino Alves Júnior, em 1921.  Dele se originou em 1922, o Ginásio de Miracema e a Escola Normal (na época foi a 3ª Escola de Formação de professores do Estado), e mais tarde Colégio Miracemense. Em 1987, foi adquirido pelo Governo do Estado, passando a denominar-se Colégio Estadual de Miracema.  
Colégio Miracemense
Colégio Miracemense na década de 20









1926 – Telégrafo – Instalado no dia 12 de abril de 1926 e ligou Miracema ao “mundo”.
                                                     
1934 – Jardim de Infância Clarinda Damasceno – Inaugurado em 13 de outubro de 1934, teve como idealizador Altivo Mendes Linhares, auxiliado por Dona Zina Queiroz Linhares, sua primeira esposa e dona Lucy Lamy, que foi também a primeira Diretora.  O idealizador contou com o apoio de várias pessoas da sociedade Miracemense que organizavam festas para arrecadar donativos para as obras do Jardim.  Foi o segundo Jardim de Infância a ser criado no Estado do Rio de Janeiro, seguindo o modelo do primeiro Jardim de Niterói.  O nome foi em homenagem a grande educadora miracemense, Dona Clarinda Damasceno.




Nota do blog: a história do Hospital será contada em um capítulo à parte. 

Continua...


sexta-feira, 29 de abril de 2016

MIRACEMA EM FOCO


Um breve resumo da nossa história.

O mês de abril, para nós miracemenses, sempre foi de preparação e contagem regressiva para a Exposição Agropecuária, que geralmente começa no fim do mês e vai até o dia 3 de maio, quando é comemorado o aniversário da cidade.  Atualmente, a festa não tem nada a ver com o verdadeiro sentido do termo “Exposição Agropecuária”, como também outros eventos que estamos ficando órfãos.  No entanto, apesar de todos esses percalços, não podemos deixar de comemorar mais um aniversário de emancipação da nossa cidade, que passa por um momento difícil, mas sempre temos a esperança de dias melhores em um futuro próximo.  Que Santo Antônio nos proteja e que Miracema volte a ser a “Princesinha do Noroeste Fluminense”!

Mensagem...

P


ara aqueles que amam a nossa cidade, não só os que aqui nasceram, mas também os que a adotaram, pois somos uma cidade acolhedora desde os tempos da chegada de diversos imigrantes, temos que unir forças e continuar na luta diária por uma cidade de "Paz e Harmonia". Aqui vivemos e escolhemos essa terra para também criarmos nossos filhos, por isso temos a obrigação de abraçar e apoiar toda e qualquer causa que seja benéfica e em prol do município. Como também temos a obrigação de ir contra tudo e a todos, que de uma maneira ou de outra, queiram aproveitar-se de situações adversas e tirar vantagens em benefício próprio. 

Capela de Santo Antônio







Miracema, assim tudo começou...  




Fonte: revista comemorativa dos 66 anos de Miracema
Fotos: internet

Foi por volta do ano de 1846, que Dona Ermelinda Rodrigues Pereira aqui chegou, encantando-se por estas terras, que eram virgens e cobertas de árvores centenárias e entrecortadas por riachos cristalinos.  Aqui fundou uma pequena colônia onde construiu uma capela. Um de seus esteios, feito de madeira seca, não resistindo à luxúria daquela terra, brotou, semeando entre os que habitavam a sua volta, o sentido do milagre da vida. Daí a origem do nome Miracema, sugerido por Dr. Francisco Antunes Ferreira da Luz, dos termos indígenas Tupi-Guarani – ybira (pau, madeira) e cema (brotar) – trocando-se apenas “Yb” por “M”, ficando assim MIRACEMA – pau que brota, gente que nasce.

Assim como brotou, o vilarejo cresceu e se multiplicou, dando origem a um povoado, sendo sua população acrescida pelos imigrantes italianos, libaneses, espanhóis e os bandeirantes mineiros, que formaram o que compõe a maior parte das famílias miracemenses.

Estação
Com suas terras virgens e férteis, era uma mãe com seios fartos para com seus novos filhos. A produção crescia a olhos vistos, o que permitiu que os produtos da terra fossem comercializados em outros centros urbanos. Devido às dificuldades para escoar o excedente, em 1883 foi inaugurada a estrada de ferro, que trouxe consigo não só essa facilidade como também inúmeros outros benefícios. E para comemorar essa conquista, homens de fraques e cartolas, mulheres com vestidos de gala, banda de música e grandes oradores. A locomotiva foi recebida com todas as pompas. Foi graças ao serviço e a pontualidade dessa Locomotiva, que Miracema chegou a ter uma lavanderia automática, que prestava serviços para grandes hotéis da capital. 
                                                                                     
Melchíades Cardoso
Em meio àquela vida interiorana, existiam também grandes cabeças pensantes, que enxergavam muito além daquele universo limitado. Em 1906, foi um jovem, de apenas 16 anos – Melchíades Cardoso – que lançou a semente da separação, inconformado com os mandos e desmandos daqueles que geriam a terra, fundou um jornal denominado O Grupo, com o objetivo de esclarecer a população para que essa tivesse condição de se posicionar. Foi através desse jornal que o desejo da emancipação deixou de ser apenas uma vontade.

                                                                         
Já em 1918, após 12 anos do lançamento da campanha para a criação do município, Miracema viveu um grande período de desenvolvimento agrícola – com destaque para a produção de café, que era o ápice da economia da época – e de uma intensa atividade comercial e industrial.  Apesar disso, pouco da renda tributária do distrito era usada em seu benefício. A maior parte era utilizada na sede do município, em Pádua, ou gerida pelos Coronéis – grandes senhores da terra que dominavam a região pela lei do mais forte. Estes educavam seus filhos nas capitais para serem futuros senhores, ou futuros advogados ou médicos de família. Aos pobres e sem terra restavam a obediência e subserviência, além do analfabetismo e a mais completa ignorância política.

Obras na estrada que liga Miracema a Santo Antônio de Pádua
A vontade cívica de alguns intelectuais da época, aliada às rixas dos clãs familiares que detinham o poder político e econômico e a obstinação daqueles que acreditavam que somente através da liberdade se alcançaria a prosperidade almejada, fez ressurgir o movimento separatista por volta de 1918.  A luta efetiva pela emancipação miracemense durou longos 18 anos, durante os quais se confirmaram suas lideranças, até o desfecho final com a instalação do município.  

Continua...
     

                                                                                                                                                                             








Continua...