Um
breve resumo da nossa história.
O
mês de abril, para nós miracemenses, sempre foi de preparação e contagem
regressiva para a Exposição Agropecuária, que geralmente começa no fim do mês e
vai até o dia 3 de maio, quando é comemorado o aniversário da cidade. Atualmente, a festa não tem nada a ver com o
verdadeiro sentido do termo “Exposição Agropecuária”, como também outros
eventos que estamos ficando órfãos. No
entanto, apesar de todos esses percalços, não podemos deixar de comemorar mais
um aniversário de emancipação da nossa cidade, que passa por um momento
difícil, mas sempre temos a esperança de dias melhores em um futuro próximo. Que Santo Antônio nos proteja e que Miracema
volte a ser a “Princesinha do Noroeste Fluminense”!
Mensagem...
ara
aqueles que amam a nossa cidade, não só os que aqui nasceram, mas também os que
a adotaram, pois somos uma cidade acolhedora desde os tempos da chegada de
diversos imigrantes, temos que unir forças e continuar na luta diária por uma
cidade de "Paz e Harmonia". Aqui vivemos e escolhemos essa terra para
também criarmos nossos filhos, por isso temos a obrigação de abraçar e apoiar
toda e qualquer causa que seja benéfica e em prol do município. Como também
temos a obrigação de ir contra tudo e a todos, que de uma maneira ou de outra,
queiram aproveitar-se de situações adversas e tirar vantagens em benefício
próprio.
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| Capela de Santo Antônio |
Miracema, assim tudo começou...
Fonte: revista comemorativa dos 66 anos de Miracema
Fotos: internet
Foi
por volta do ano de 1846, que Dona Ermelinda Rodrigues Pereira aqui chegou,
encantando-se por estas terras, que eram virgens e cobertas de árvores
centenárias e entrecortadas por riachos cristalinos. Aqui fundou uma pequena colônia onde
construiu uma capela. Um de seus esteios, feito de madeira seca, não resistindo
à luxúria daquela terra, brotou, semeando entre os que habitavam a sua volta, o
sentido do milagre da vida. Daí a origem do nome Miracema, sugerido por Dr.
Francisco Antunes Ferreira da Luz, dos termos indígenas Tupi-Guarani – ybira
(pau, madeira) e cema (brotar) – trocando-se apenas “Yb” por “M”, ficando assim
MIRACEMA – pau que brota, gente que nasce.
Assim
como brotou, o vilarejo cresceu e se multiplicou, dando origem a um povoado,
sendo sua população acrescida pelos imigrantes italianos, libaneses, espanhóis
e os bandeirantes mineiros, que formaram o que compõe a maior parte das
famílias miracemenses.
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| Estação |
Com
suas terras virgens e férteis, era uma mãe com seios fartos para com seus novos
filhos. A produção crescia a olhos vistos, o que permitiu que os produtos da
terra fossem comercializados em outros centros urbanos. Devido às dificuldades
para escoar o excedente, em 1883 foi inaugurada a estrada de ferro, que trouxe
consigo não só essa facilidade como também inúmeros outros benefícios. E para
comemorar essa conquista, homens de fraques e cartolas, mulheres com vestidos
de gala, banda de música e grandes oradores. A locomotiva foi recebida com
todas as pompas. Foi graças ao serviço e a pontualidade dessa Locomotiva, que
Miracema chegou a ter uma lavanderia automática, que prestava serviços para
grandes hotéis da capital.
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| Melchíades Cardoso |
Em
meio àquela vida interiorana, existiam também grandes cabeças pensantes, que
enxergavam muito além daquele universo limitado. Em 1906, foi um jovem, de
apenas 16 anos – Melchíades Cardoso – que lançou a semente da separação,
inconformado com os mandos e desmandos daqueles que geriam a terra, fundou um
jornal denominado O Grupo, com o objetivo de esclarecer a população para que
essa tivesse condição de se posicionar. Foi através desse jornal que o desejo
da emancipação deixou de ser apenas uma vontade.
Já
em 1918, após 12 anos do lançamento da campanha para a criação do município,
Miracema viveu um grande período de desenvolvimento agrícola – com destaque
para a produção de café, que era o ápice da economia da época – e de uma
intensa atividade comercial e industrial.
Apesar disso, pouco da renda tributária do distrito era usada em seu
benefício. A maior parte era utilizada na sede do município, em Pádua, ou
gerida pelos Coronéis – grandes senhores da terra que dominavam a região pela
lei do mais forte. Estes educavam seus filhos nas capitais para serem futuros
senhores, ou futuros advogados ou médicos de família. Aos pobres e sem terra
restavam a obediência e subserviência, além do analfabetismo e a mais completa
ignorância política.
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| Obras na estrada que liga Miracema a Santo Antônio de Pádua |
A
vontade cívica de alguns intelectuais da época, aliada às rixas dos clãs
familiares que detinham o poder político e econômico e a obstinação daqueles
que acreditavam que somente através da liberdade se alcançaria a prosperidade
almejada, fez ressurgir o movimento separatista por volta de 1918. A luta efetiva pela emancipação miracemense
durou longos 18 anos, durante os quais se confirmaram suas lideranças, até o
desfecho final com a instalação do município.
Continua...
Continua...