terça-feira, 19 de setembro de 2023

MARINHO PERES: UM ZAGUEIRO DE MUITA QUALIDADE

 


Mário Peres Ulibarri nasceu em Sorocaba-SP, em 19 de março de 1947. Zagueiro de muita segurança, sabia se impor pelo jogo duro, mas também se destacava pela seriedade e, principalmente, a liderança que exercia dentro de campo. Foi um dos grandes zagueiros do futebol brasileiro na década de 70. Teve uma passagem marcante pelo Internacional.


Iniciou sua carreira no São Bento, de sua cidade natal. Logo aos 20 anos despertou o interesse da Portuguesa de Desportos, onde ficou até 1971. O Santos foi seu próximo destino. Jogando ao lado de Pelé & cia conquistou o título paulista em 1973 – que foi dividido com seu ex-clube, a Portuguesa – e vestiu a camisa do Peixe em 94 jogos e marcou 5 gols.


Esteve uma temporada (1974/75) no Barcelona, da Espanha, mas retornou ao Brasil (com o apoio do clube) quando foi convocado para o serviço militar espanhol, por ter a nacionalidade daquele país em virtude de seus pais terem nascido na Espanha. Assim sendo, retornou ao Brasil para brilhar com a camisa do Internacional (campeão gaúcho e do brasileiro em 1976). Formou uma dupla de zaga inesquecível com o chileno Figueroa, até hoje muito lembrada por torcedores do Colorado.

                                                                                              Marinho e Figueroa 

Em 1978 retornou ao futebol paulista para vestir a camisa do Palmeiras. Teve bons momentos no Alviverde, mas só conseguiu o vice do brasileiro de 1978. Atuou em 72 jogos e marcou 1 gol. No início dos anos 1980, o futebol carioca foi seu destino, para defender América, onde ficou até 1981 e nesse mesmo ano encerrou sua carreira, iniciando a de técnico no mesmo clube. Trabalhou por muitos anos no futebol português e marcou sua passagem em terras lusitanas. Foi campeão da Taça de Portugal pelo Belenenses, em 1989. Comandando o Sporting, entre 1990 e 1992, foi um dos responsáveis por revelar o craque Figo. Aqui no Brasil foi técnico, além do América, de Santos, União São João de Araras, Botafogo (RJ), Juventude (RS) e Paysandu.


Participou da Copa do Mundo de 1974 e vestiu a camisa do Brasil em 15 jogos, sendo 12 oficiais e um gol marcado.  


Após sofrer um AVC, em 2019, sua saúde ficou muito debilitada. Estava há cerca de um mês internado, em Sorocaba, após uma pneumonia e complicações nos rins e no coração. O quadro se agravou depois de uma infecção urinária, quando passou a não responder mais aos medicamentos, conforme informação do ge. Marinho Peres faleceu em 18 de setembro de 2023, aos 76 anos.

 

sábado, 9 de setembro de 2023

QUEM INVENTOU O FUTEBOL?



Esta pergunta recua no tempo milênios antes de Cristo. E, no entanto, ainda não foi convincentemente respondida. A versão mais aceita aponta para a China, onde certas datas eram comemoradas com um jogo que reunia multidões. O povaréu se dividia em dois grupos que tentavam se ultrapassar chutando bolas de papel. Mais tarde a diversão foi adotada pelos romanos. E as bolas de papel substituídas por bexigas cheias de ar ou, simplesmente, pelas cabeças dos inimigos mortos em combate. A novidade chegou aos burgos da Bretanha, que a aperfeiçoaram, cuidando, antes, de civilizá-la, abolindo o uso das cabeças como bolas. Mas jogavam de forma tão brutal que nasceu, então, um slogan que marcaria o futebol por muitos anos: o de ser o violento esporte bretão. Tal violência gerava acidentes fatais, a ponto de o jogo ser proibido. Ele só reviveria muitos anos mais tarde, na Itália renascentista sob o nome de cálcio e na Inglaterra como football. Era, então, a diversão predileta de lordes e barões da Europa. Até que, em 26 de outubro de 1863, Mr. Kiburn, de Oxford, resolveu padronizar o jogo, dando-lhe regras cujas bases permanecem até hoje. A reunião foi na Old Freemanson’s Tavern, de Londres, onde foi fundada a Football Association. Foi na Football Association que regulamentou a separação do futebol e do rugby (que permite o uso das mãos). E o novo jogo ganhou, a partir de então, o nome de soccer. Futebol para os íntimos, no mundo inteiro.

 

A EXPANSÃO DO FUTEBOL PELO MUNDO

 

Começou em 1870, quando os ingleses levaram para a Alemanha e Portugal. Em 1872, chegou à França, em 1876 à Dinamarca e, três anos depois, aos Países Baixos e à Suíça. A primeira partida noturna foi jogada em 1878, num campo de Bramall Lane, em Sheffield, na Inglaterra, assistida por uma platéia recorde de 15 mil pessoas. Finalmente, em 1893, o futebol apareceu oficialmente na América do Sul, quando foi fundada a Associação de Futebol Argentina.

O Século XX chegou com a bola rolando no mundo inteiro. Aqui e ali com mais violência. Mas em alguns lugares já com uma certa esperteza. Em 12 de outubro de 1902, realizou-se, em Viena, a primeira partida entre seleções nacionais fora do Reino Unido, e a Áustria derrotou a Hungria por 5x0. A partir dali, os encontros internacionais tornaram-se comuns. Começou-se a falar, então, num organismo que controlasse as relações futebolísticas intercontinentais.  A sugestão partiu do holandês C.A.W. Hirschman e, em 13 de janeiro de 1904, foi criada, em Paris, a Fedération Internationale de Football Association (FIFA). Assinaram a ata de fundação representantes da França, Bélgica, Espanha (representada pelo Real Madrid), Suíça, Países Baixos, Dinamarca e Suécia. No ano seguinte aderiram a Alemanha, Áustria, Itália, Hungria e Inglaterra.

Em 1930, o francês Jules Rimet, eleito para a presidência da FIFA, organizou a primeira Copa do Mundo. O Uruguai foi escolhido como país-sede por ser o último campeão olímpico (1928) e comemorar o centenário da sua independência. Dali para frente o futebol transformou-se no mais universal dos esportes. Profissionalizou-se. A FIFA adotou seus próprios códigos esportivos e disciplinares.

 

O SURGIMENTO DO FUTEBOL NO BRASIL

 

Oficialmente, o futebol chegou ao Brasil, em 1894, quando Charles Miller, paulista do Brás, nascido em 1874 de pai inglês e mãe brasileira, trouxe da Inglaterra a primeira bola. Miller estudou no Benister Court School, em Southampton, onde conheceu o futebol e tornou-se um bom jogador, a ponto de chegar à seleção do Condado de Hampshire, como Center-forward.

Quando retornou ao Brasil, trouxe consigo toda a parafernália do jogo. Foi, até 1910 – quando parou – o melhor jogador do país. Depois tornou-se árbitro e, em 1914, desligou-se totalmente do esporte. Morreu em 1953, sempre no Brás. A história é contada assim. Mas há indícios de que a bola chegara até nós bem antes de Charles Miller. Em 1972, os padres do Colégio São Luís, em Itu, interior paulista, teriam organizados partidas entre seus alunos, seguindo as regras de Eton, da Inglaterra; em 1874, marinheiros ingleses teriam batido bola na praia da Glória, no Rio; e, em 1878, outros ingleses, tripulantes do navio “Criméia”, teriam disputado a primeira pelada nacional diante da casa da Princesa Isabel, também no Rio. Há referências, ainda de jogos entre funcionários da City e da Leopoldina Railway, antes do retorno do artilheiro Miller.

Mas, para os registros oficiais, foi com a sua bola e os seus uniformes que se jogou a primeira partida de futebol no Brasil, na Várzea do Campo, em São Paulo, reunindo ingleses e brasileiros da Cia de Gás, da São Paulo Railway, do London Bank, e do São Paulo Athletic Club, agremiação que, mais tarde, passou a sediar os jogos. Em 1910 o futebol já era regularmente praticado na Associação Atlética Machenzie College, no Sport Club Internacional, no Sport Club Germânia, no Clube Atlético Paulistano e no pioneiro São Paulo Athletic Club. Foram eles, que, em 1901, fundaram a liga paulista. Não eram, porém, clubes especialistas no futebol. Os primeiros, no gênero, foram o Sport Club Rio Grande, de Rio Grande, interior gaúcho, fundado em 19 de julho de 1900, por um grupo de imigrantes europeus, que buscavam implementar a prática do esporte no país, e a Associação Atlética Ponte Preta, de Campinas, fundada em 11 de agosto de 1900, por um grupo de estudantes do Colégio Culto à Ciência, que praticavam futebol no bairro da Ponte Preta, sendo, portanto, o time em atividade mais antigo do estado de São Paulo e o segundo clube mais antigo do Brasil.

No ano em que os paulistas se organizavam em liga, os cariocas conheciam a bola, por iniciativa de Oscar Cox que, como Miller, colocara material de jogo na bagagem, quando voltou dos estudos em Lausanne, na Suíça. Os cariocas começaram no Rio Cricket, de Niterói, mas andaram depressa. Já em 1901 mesmo, jogaram duas vezes com os paulistas (1 a1 e 2 a 2, em São Paulo). Em 1902 fundaram o Fluminense Futebol Clube. Outros clubes surgiram e, em 1906, disputaram o primeiro campeonato da cidade. Seis clubes participaram: Fluminense, Paysandu, Rio Cricket, Botafogo, Bangu e Football Athletic. O Fluminense conquistou seu primeiro título ao vencer o Rio Cricket por 4 a 1, na cidade vizinha de Niterói.

Em 1910 o Fluminense trouxe ao Rio o Corinthians londrino, na época, o supra-sumo do futebol inglês. Foi um sucesso. Finalmente, em 1919 – quando o Brasil ganhou seu primeiro campeonato sul-americano – o futebol já era jogado em todo o país. Mas a sua consagração internacional só começou em 1925, depois que o Paulistano foi à Europa, ganhando oito jogos e só perdendo um. A partir dali o futebol se popularizou de tal forma que, quando o Vasco da Gama, no Rio, e o Corinthians, em São Paulo, resolveram democratizá-lo, aceitando jogadores negros e operários, os elitistas não resistiram. Era a conquista das multidões. E a transformação do futebol como esporte nacional do Brasil.

O Brasil não só se transformou no futebol, como passou a formar uma constelação de craques ao longo dos anos. Chegou ao ponto máximo com a eleição de Pelé como o “Atleta do Século”.

 

Fonte: 50 anos de emoção e gol. A história da Copa do Mundo/1980.

Editor Ney Bianchi / Bloch Editores S.A.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

sábado, 2 de setembro de 2023

GUSTAVO PINTO POEYS: O VITORIOSO! - POR GISELLE PINTO POEYS

 


No dia 02 de setembro de 1972 veio ao mundo Gustavo Pinto Poeys, filho de João Batista Ranquine Poeys e Kathia Maria Pinto Poeys. Gustavo nasceu com Hidrocefalia. No entanto, brilhantemente e de forma positiva e sempre de bem com a vida, superou e supera diariamente todos os obstáculos, não apresentando, felizmente, as possíveis consequências mentais da doença, ficando apenas com uma pequena dificuldade para andar. Sua infância e adolescência foram vividas em Miracema, juntamente com seus pais e seus três irmãos, Guilherme, João e Giselle, os quais sempre o apoiaram e o trataram sem distinção. Outra presença importante foi do seu irmão do coração Luís Alberto. Luís Alberto chegou à família Poeys para cuidar de Gustavo, contribuindo muito para o seu desenvolvimento e tornando-se amigos inseparáveis. Teve apoio incondicional também dos tios Kilza e Roberto e dos avós Sebastião e Olga, Dinah e Moreno.

 

Iniciou os seus estudos no Colégio Cenecista Nossa Senhora das Graças. Um marco significativo dessa época foi que Gustavo, devido à deficiência, foi isentado de frequentar as aulas de Educação Física, porém o mesmo, educadamente, pediu ao professor que o deixasse participar, mostrando desde criança que não se sentia diferente dos demais e que obstáculos existem para serem superados. Durante o ensino médio estudou no Colégio Estadual Deodato Linhares. Nessa ocasião, começou a trabalhar no escritório João Poeys Contabilidade, de propriedade do seu pai, no qual permaneceu por três anos. Posteriormente, concluiu o Curso Técnico em Contabilidade, no Colégio Miracemense.

 

Aos 20 anos foi morar em Niterói com os irmãos no intuito de fazer Faculdade e seguir na cidade grande sua carreira profissional. Assim, na primeira tentativa, passou no vestibular para Direito da Universidade Gama Filho, tendo por inspiração o seu pai, o advogado João Poeys. Também na primeira tentativa, obteve resultado positivo no exame da OAB e, apenas dois anos após sua formação, tomou posse como Oficial de Justiça Federal – TRF 2ª Região, aos 26 anos, sendo o 6º colocado na lista dos aprovados.

 

Como Oficial, nunca gozou de privilégios e trabalha intensamente, como os demais colegas de trabalho. Soma-se ainda em seu currículo uma Pós Graduação em Direito da Integração Econômica entre União Europeia e Mercosul, pela Universidade de Coimbra conjuntamente com UNIVERSO e TRF 2ª Região, e ainda, participa de concursos públicos para Juiz Federal e Procurador da República, pois Gustavo é determinado e não desiste de seus objetivos.

 

Anualmente em suas férias, faz questão da presença dos seus pais em suas viagens. Juntos já desbravaram todas as regiões do Brasil e países vizinhos, Chile, Argentina e Uruguai. Gustavo é considerado pela família e amigos como exemplo de superação, um exemplo de autoestima e, acima de tudo, um exemplo de ser humano: íntegro, honesto, amigo, amoroso, atencioso e VITORIOSO.

 

Nota: transcrito na íntegra do Jornal Liberdade de Expressão, edição nº 196, abril/2016.