quarta-feira, 8 de março de 2017

SE O FUTEBOL TIVESSE UM IDIOMA, ELE SE CHAMARIA PELÉ

                                                                         Foto Luiz Paulo Machado - Revista Placar 

O Rei nos deixou em 29 de dezembro de 2022, na capital paulista, após lutar dois anos contra o câncer. Nos últimos dias de vida o tratamento contra a doença já não surtia o efeito esperado. Há tempos Pelé vinha sofrendo com sérios problemas na coluna. 

Aqueles que duvidam dos feitos de Edson Arantes do Nascimento, principalmente com a camisa canarinho, argumentam que era muito fácil para Pelé jogar ao lado de tantas feras, desde Garrincha, Nilton Santos e Didi, em 1958, até Gérson, Tostão e Jairzinho em 1970. Que ninguém nos ouça, mas ser o astro maior daquela constelação não deveria ser algo assim tão simples.

Muitos afirmam que, naquela época, era mais fácil jogar futebol, com mais espaços em campo e a preparação física dos marcadores, muito aquém do que temos atualmente. Os mesmos críticos esquecem que durante boa parte de sua carreira ainda não existiam os cartões amarelo e vermelho e os zagueiros não aliviavam. Isso sem contar outras condições precárias que envolviam o esporte num todo, que em nada se compara aos recursos tecnológicos que foram se aperfeiçoando ao longo dos anos.

Você, amigo leitor, já deve ter ouvido que diversos craques do passado não jogariam nesse futebol de hoje. Quer dizer, então, que só o Messi, o Critiano Ronaldo e o Neymar jogam assim: driblando, correndo com a bola dominada, fazendo lindos gols, sendo craques também em assistências. O Pelé, não? Gerson, não? Tostão, não? Zico, não? O que esses caras fazem hoje, os gênios das "antigas" faziam da mesma forma, igualzinho. Resumindo: aqueles que chamamos de "craque", no melhor sentido da palavra, joga em qualquer época e contra qualquer adversário. 

Esse tipo de comparação não é somente direcionado ao Rei, mas a inúmeros craques que desfilaram sua genialidade até os anos 80, a última década romântica do futebol brasileiro. Seguindo no discurso daqueles que teimam em ignorar os feitos magníficos e inigualáveis do Rei do Futebol, insistem nas comparações que ele não foi tão decisivo como Garrincha em 1962, Maradona em 1986 ou Romário em 1994. 

Exemplificando apenas a sua participação na Copa de 1970, no México - a última que disputou - dos gols assinalados pelo Brasil, Pelé marcou 4 e deu mais sete assistências, totalizando 11 participações nos 19 gols, ou seja, 58% deles. Sem contar outros lances maravilhosos que não terminaram em gols, mas até hoje são reprisados e dignos de se reverenciar.  

Na minha maneira de avaliar um jogador das antigas, não é necessário tê-lo visto jogar para reconhecer tudo o que ele fez dentro das quatro linhas. A história existe para ser contada e os registros do passado - apesar de não tão numerosos - nos ajudam a ilustrar e confirmar os fatos apresentados, como os de hoje serão no futuro, com a vantagem de uma quantidade maior de imagens para se mostrar. Os brasileiros têm por costume não gostar de leitura e tampouco se interessar pela sua história – com o agravante de valorizar mais o que é estrangeiro. Esse é um grande diferencial em uma discussão não somente direcionada aos fatos esportivos, mas a diversos outros temas. A leitura é uma viagem fantástica junto ao conhecimento (estima-se que em média, cada brasileiro leia pouco mais de dois livros por ano. Na Europa, em alguns países, chega-se a surpreendente marca de 8 livros por ano. Acho que isso explica alguma coisa).  

O assunto em questão é o Pelé e voltemos a ele. É muito fácil para qualquer jovem de hoje dizer que o Messi é melhor do que Pelé. Difícil será o Messi alcançar os números e conquistar os títulos que o Rei conseguiu. O Messi é um gênio e daqui a 50 anos será lembrado como tal. 

Em tempo: não está em discussão o Edson cidadão, mas o Pelé jogador. Refiro-me a esse tópico, pois já ouvi diversos comentários que o Pelé “não fez isso ou deixou de fazer aquilo” - em sua vida particular - o que não vem ao caso no tema abordado. Quem sou eu para argumentar sobre esses pormenores.  

Finalizando, seria, com certeza, perda de tempo, e de espaço, repetir o que todos têm pleno conhecimento: que Pelé, em 22 anos de carreira, colecionou todos os títulos possíveis; que Pelé é o único craque de futebol tricampeão mundial pela seleção; que Pelé estabeleceu o recorde, ainda não ultrapassado, de 1.281 gols em 1.362 partidas; que Pelé foi e continuará sendo reverenciado por reis, presidentes, papas, grandes personalidades e pobres mortais; que Pelé é uma das figuras mais populares do planeta; que Pelé, enfim, com seu talento inigualável, praticamente reinventou o futebol. É quase que impossível definir com exatidão a importância de Pelé no cenário do esporte mundial. Pelé é um “Patrimônio Esportivo da Humanidade”.

O PELÉ NÃO É DO SANTOS E NEM DO BRASIL, É DO MUNDO E CONTINUARÁ VIVO; O ÉDSON ERA DA D. CELESTE E DO DONDINHO, E MORREU. 






8 comentários:

  1. Sou mineiro e resido em San Diego, no Estados Unidos. A sua crônica sobre o Pelé ficou excelente. Quem foi Rei nunca perde a majestade. Um grande abraço aos meus amigos e familiares de Teófilo Otoni. Felipe José

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    1. Fico muito satisfeito pela sua participação e apareça sempre. Um abraço!

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  2. Nenhum ponto e nem virgula, acrescentar o que?

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    1. A história do Rei Pelé é muito grande e sempre tem algo a acrescentar. Obrigado pela participação! rsss

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    2. A pepita era esférica.
      A cancga

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  3. pele nao se comparar,com nenhum jogador,e inigualável

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  4. Qualquer comentário contrapondo os feitos do Pelé e o que ele signigica no Futebol Mundial!! Deveria ser proibido de ser publicado e qualquer mídia ecistente nos países onde sr pratoca p Futebol!!

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  5. Não está deste planeta

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