sábado, 13 de maio de 2017

EVARISTO DE MACEDO: UM ÍDOLO DO BARCELONA E DO REAL MADRID


Nascido no Rio de Janeiro em 22 de junho de 1933, esse ponta de lança hábil, oportunista e de excelente domínio de bola, destacou-se em todos os times que defendeu. E não foram times sem expressão. Além de brilhar pelo Flamengo, Evaristo teve a façanha de conquistar as torcidas de Barcelona e Real Madrid, dois dos maiores clubes do planeta.  

Filho de uma família de classe média, ele chegou a iniciar o curso de Medicina, que acabou abandonando por causa do futebol.

Evaristo começou pelo time juvenil do Madureira. Logo seu futebol chamou a atenção e ele foi convocado para disputar a Olimpíada de Helsinque, em 1952.  A competição era disputada por juvenis (equivalente hoje à categoria de juniores) e Evaristo tinha 19 anos.  No ano seguinte, ele começava a sua brilhante trajetória pelo Flamengo. Logo no 1º campeonato  disputado com a camisa rubro-negra, foi campeão. Com apenas 20 anos, participou de quatro jogos, marcando um gol. Mas foi no bicampeonato, em 1954, que Evaristo se firmou como ídolo.  O craque acabou efetivado no ataque titular e terminou a competição como vice-artilheiro do time, com 13 gols. Em 1955, já nas graças da torcida, repetiu a dose e marcou 13 vezes na campanha do tri.  Vestiu a camisa do Flamengo em 190 jogos e marcou 103 gols.

Em 1956, chamado por Flávio Costa, participou da primeira excursão planejada da Seleção à Europa. No ano seguinte, sob o comando de Oswaldo Brandão, foi vice no Sul-Americano realizado em Lima, no Peru.  Em um dos jogos marcou cinco gols na goleada de 9 a 0 sobre a Colômbia. Antes de viajar para a Espanha, Evaristo ainda ajudou o Brasil a se classificar para o Mundial da Suécia, que não disputou porque já estava defendendo o Barcelona. Pela Seleção foram 13 jogos e 8 gols marcados, todos oficiais. Se não jogasse no exterior, os seus números pela Seleção seriam bem mais expressivos.  

Messi e Evaristo de Macedo
Jogou no Barcelona de 1957 a 1962, sendo bicampeão espanhol em 1959/60. Fez 178 gols em 226 partidas. Ele é o brasileiro que fez mais gols com a camisa do Barcelona. Foi para o rival em 1962 e ficou até 1965. Pelo Real conquistou o tricampeonato espanhol em 1963/64/65.  

Voltou ao Brasil, onde vestiria novamente a camisa do Flamengo antes de encerrar a carreira e passar a trabalhar como supervisor e depois de técnico. Em dezembro de 1966, numa reportagem da Revista do Esporte, depois de uma rápida passagem como supervisor do Madureira, Evaristo assumiu as mesmas funções no América e contou o motivo por ter abandonado a profissão de jogador:
- Sofri uma lesão no menisco da perna direita que não me deixava jogar. Os médicos apresentaram o diagnóstico: recuperação total só após uma operação. Assim, eu seria obrigado a enfrentar o bisturi, o que não me convinha absolutamente. Isto porque estou cursando a Escola Nacional de Educação Física e, entre perder um ano na ENEF ou jogar mais sete ou oito meses, optei pela escola. A recuperação demoraria um pouco e eu seria reprovado por falta de frequência. Assim, resolvi antecipar o encerramento da carreira.

Trabalhou em diversos times e também dirigiu a Seleção Brasileira. Uma de suas conquistas mais marcantes foi a do brasileiro de 1988, como técnico do Bahia.  

O sucesso e os títulos conquistados fizeram de Evaristo um dos grandes estrangeiros da história do futebol espanhol. Não é fácil para nenhum jogador ser ídolo e respeitado pelos dois grandes rivais da Espanha. Como é costume e tradição do futebol europeu – reverenciar seus ídolos – até hoje ele recebe homenagens pelos “serviços prestados". Esse tipo de tradição o futebol brasileiro não tem!          


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