Antes
de assumir o Bar Central, do seu irmão Vavate, o Zé Careca passou algum tempo
no Bar Leader, que era do Homero Alvim.
Pela
manhã, os fazendeiros, com água mineral e cafezinho sobre as mesas, ficavam a
discutir as formas de administrar as suas propriedades.
Durante
todo o dia, os jovens entravam para comprar salgados, doces e biscoitos ou
saborear os refrigerantes.
À
noite... Bom! Aí a “coisa pegava”. O recinto era invadido pelos amantes do
etilismo. Alguns só de passagem, outros para ficar (os pinguços de plantão).
Não era raro ocorrer fatos incomuns.
Certa
vez, o Cacá Lima empolgou-se tanto que tomou um açucareiro em suas mãos e se
pôs a cantar e dançar. Rodopiava de tal forma que o açúcar era projetado em
todas as direções, por todos os cantos do bar. Eu me “mandei” para o outro lado
da rua e, debaixo dos oitis (oitizeiros), fiquei a esperar o “ataque” passar.
Ele, meio que arrependido, achega-se ao dono, no caixa, e, baixinho, lhe diz: “Seu
Zé, bota tudo na minha conta!”. O sempre simpático, paciente e
sorridente Zé Careca se aproxima do Cacá e sussurra ao seu ouvido,
laconicamente: “Já
botei!”.
De
outra feita, o fato mais inusitado. A Rua Direita “dava mão” para os dois lados
e o bar ficava ao lado da loja do Zé de Assis (faz parte, hoje, da Miragás).
Era uma noite de meio de semana. Eis que, para surpresa de todos, irrompe bar
adentro uma Rural, a empurrar mesas e cadeiras para os lados e os fregueses
para os banheiros e reservados dos fundos, até estacionar ao lado balcão. Pulei
sobre as reviradas mesas e cadeiras e fui ter aos oitis do outro lado da rua,
onde, embasbacado, fiquei a matutar: “O que leva um cara entrar no bar
de carro?” Como
o veículo já estava desligado, sem oferecer algum risco, aventurei-me a voltar
e obter resposta à minha curiosidade.
Então,
eu pude ouvir a voz grave do Getúlio Bastos:
“Zé, me dá uma “zinha” aí!”
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