É um questionamento que fazemos e ouvimos com
freqüência na mídia. Após mais uma eliminação vergonhosa de uma competição
oficial pela Seleção, não passando da 1ª fase da Copa América do Centenário, o
tema em questão voltará ser discutido e vários são os aspectos que definem o
momento atual do nosso futebol, tanto dentro como fora de campo.
O que temos por aqui atualmente? Um futebol de baixa
qualidade técnica e que não encanta nem o mais apaixonado dos torcedores. Raríssimos
são os jogos que assistimos e vemos alguma evolução tática, o que também
implica na capacidade individual de nossos técnicos. As exceções existem –
apesar de raras – para um país que tem no futebol o seu esporte nº 1. A nossa
“crise” é técnica, tática, administrativa, financeira, moral e etc.
Relembrando os bons tempos:
A década de 80 foi a última que apresentou um futebol
bonito de se ver, com jogadores de muita qualidade técnica. Os times atuavam
com apenas um volante – que sabia jogar – dois meias de criação e três
atacantes. Uma das grandes carências do futebol atual é o camisa 10, aquele
ponta-de-lança clássico que chama a responsabilidade para criar e também
concluir com a mesma precisão. O Zico, citando apenas um de muitos que tivemos, fazia
essa função com muita perfeição. O ataque é outra carência para um país que já
produziu os maiores atacantes da história do futebol mundial.
Não ganhamos a Copa de 82, mas aquele time até hoje é
lembrado e reverenciado por todos. O ex-jogador e atual técnico Paulo Roberto
Falcão, em relação à derrota da seleção na Copa de 82, disse o seguinte: “Acho
que o futebol teria mudado se o Brasil tivesse ganhado a Copa do Mundo de 82.
Predominaria o futebol técnico, de habilidade, coisa que não predominou.”
A partir dos anos 90, mesmo com o Brasil ganhando duas
Copas do Mundo – 1994 e 2002 – e foi a década da afirmação de Romário e o
surgimento de Ronaldo Fenômeno, não conseguiu mais apresentar um futebol
coletivo que encantasse, não só a nós brasileiros, mas a todos os amantes do
esporte mundial, que sempre teve o Brasil como referência do bonito de se ver e
praticar. Reconheço a importância dos títulos, pois é o que fica marcado na
história, e temos que valorizar – e muito – as duas conquistas. O título de 94,
por exemplo, foi de um futebol pragmático, para uma competição de tiro curto,
que também deu resultado pela genialidade do atacante Romário, que não ganhou o
título sozinho, mas foi o ponto de desequilíbrio.
Na última década tivemos Ronaldinho Gaúcho com momentos
de genialidade no Barcelona, onde encantou a todos e acabou sendo eleito o
melhor jogador do mundo. Na década atual, Neymar é o grande nome do futebol
brasileiro. Já mostrou que é craque e agora busca na Europa a sua afirmação e
consagração definitiva para entrar na lista dos gênios da bola. Ele joga no
time que pratica com mais perfeição o que chamamos de futebol-arte, e tem como
companheiro o maior “artista” da atualidade, o gênio Messi.
Termino fazendo uma indagação a você, leitor, que
acompanha futebol e tem o seu time de coração: está satisfeito com o que vem
assistindo ultimamente? Mesmo com o seu time campeão, acredito que o futebol
apresentado não é o que você desejaria ver.
O que vemos pela frente é sombrio...
Seu texto é muito precioso, pois permite discussão sobre uma infinidade de assuntos ligados ao futebol brasileiro e até mundial, todavia, para ficar apenas em um pequeno comentário destaco dois assuntos: 1- A nossa “crise” é técnica, tática, administrativa, financeira, moral e etc. Concordo plenamente; 2- na década de 80 tivemos a última geração de ouro e não ganhamos nada, muito bem, então como explicar isso? Só pode ser incompetência total. Adiantou termos tantos craques e nada ganharmos? Competições esportivas são realizadas com o objetivo de haver um vitorioso, um só, não tem o objetivo de jogar bonitinho e nada ganhar, pois, espetáculo no esporte é bom quando unido a vitória, exemplo: os americanos no basquetebol que, ganham dando show, mas ganham.
ResponderExcluirFicamos vinte e quatro anos para voltar a ganhar uma Copa do Mundo, perdemos algumas gerações de craques e nada ganhamos, ficamos pelo meio do caminho em todas, nem a praia chegamos para morrer.
Discordo, embora respeite, a opinião daqueles que gostam de time jogando bem com derrota (contra o Peru os comentaristas da TV acharam que o Brasil jogou bem, e daí? Fomos eliminados), eu não gosto, prefiro vencer jogando mal. O meu ideal sempre foi vencer jogando bem, mas, entre perder jogando bem e ganhar jogando mal, opto pelo último.
O ideal, meu caro amigo, é ser campeão dando espetáculo, mas isso nem sempre é possível. O futebol ainda é um dos poucos esportes que nem sempre o melhor ganha, e os exemplos são diversos para comprovar tal tese. O seu comentário, como sempre, foi muito pertinente e valioso para enriquecer o debate. Eu já conheço a sua opinião formada sobre esse tema, que respeito muito e, resumindo, todos nós temos um pouco de razão nesse assunto que gera muitas controvérsias. Agradeço mais uma vez a sua participação.
ResponderExcluir.....é, deve ser....pode ser .....realmente Mauro Silva, Dunga, Zinho e Mazinho ou Edmilson, Cleberson, Rivaldo e o outro que esqueci o nome jagavam mais que Cerezo,Flacao,Socrates e Zico. Nao tem jeito, aqui no bunda de fora no David na Ezposiçao ou no Dutra a opinião é unica, teimoso. Rssss
ResponderExcluirMuita calma nessa hora. rsss
Excluir.....Exposição (é claro). O outro que havia esquecido é o Gilberto Silva.
ExcluirQuanto ao tema de seu texto, vou ficar com a parte técnica apenas, tenho a certeza que entre os meninos brasileiros de algumas gerações recentes também eram craques podados por nossos professores em suas escolinhas e nos clubes que fazem suas peneiras, os "técnicos" querem manter seus empregos e pra isso acham que devem que ser campeões e pra isso jogam pra ganhar e não pra descobrirem os grandes craques.
ResponderExcluirCom toda certeza muitos craques foram podados. Muito pertinente a sua colocação. Obrigado pela participação.
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