quinta-feira, 23 de setembro de 2021

SÃO CASTILHO

 


Nascido na capital carioca em 27 de novembro de 1927, Carlos José CASTILHO era um goleiro frio, seguro, um exímio defensor de pênaltis e muitas vezes chamado de “São Castilho”. Recebeu também o apelidado de leiteria devido à sua enorme sorte com a camisa do Fluminense. Numa extrema demonstração de amor ao clube, amputou a ponta de um dedo para se recuperar mais rapidamente de uma contusão. É considerado por muitos o maior goleiro da história do Tricolor e um dos maiores do Brasil de todos os tempos.


Começou no Olaria e logo se transferiu para o Fluminense (campeão carioca em 1951/59 e 64, da Copa Rio em 1952 e do Torneio Rio-São Paulo em 1957 e 1960), onde permaneceu de 1946 a 1965, atuando em 698 jogos e sofrendo 764 gols. De um total de 84 pênaltis contra sua meta, defendeu 24. Teve uma breve passagem pelo Paysandu, de Belém, onde encerrou a carreira em 1965 conquistando o título paraense. Participou das Copas do Mundo de 1950/54/58 e 62, sendo bicampeão em 1958 e 1962, e titular apenas na de 1954.  Fez 29 jogos pela Seleção e sofreu 31 gols, sendo 25 oficias e 29 gols sofridos.


Como técnico trabalhou por muitos anos no mundo árabe. No Brasil o seu título mais importante foi o de campeão paulista de 1984, dirigindo o Santos. Também teve uma passagem de destaque no comando do Operário (MS) no final dos anos 70. Por ironia do destino nunca treinou o seu tão querido Fluminense.


Teve uma morte trágica, em 02 de fevereiro de 1987, no Rio de Janeiro, aos 59 anos. Ele se jogou do sétimo andar do apartamento de sua primeira esposa. Estava de férias e brevemente retornaria ao comando da Seleção da Arábia Saudita.


Assim descreveu a revista Placar após sua morte: “A maioria das religiões reza que o Paraíso não acolhe os suicidas. É de se duvidar que Deus, em sua infinita sabedoria, vá dispensar da Seleção do Céu este tremendo camisa 1. Não é possível que lá no alto não haja lugar para um homem tão bom, nobre e despojado”.


A definição de Castilho sobre o goleiro: “O bom goleiro deixa passar as bolas impossíveis e defende todas as possíveis".   

 

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