Tinha-se
a impressão que a motocicleta ia alçar vôo. Mas, que nada! Ela embicou... os
dois por baixo e a máquina por cima, a pressioná-los contra o calçamento
defronte à gruta, onde o fogo dos círios parecia conclamar Santo Antônio no
alto da Igreja Matriz a protegê-los. E os dois audazes jovens sobreviveram...
com seqüelas, é verdade.
José
Heller Tancredi e Heitor Aversa nunca mais foram os mesmos... fisicamente! O
Helinho “Relojoeiro” ficou com a perna dura devido a problemas no joelho. O
Heitor precisou de uma prótese (de pau/madeira – de vez em quando ele fazia um
“toc-toc”, que impressionava os desavisados).
Num
certo carnaval (entre 60 e 62), o Heitor saiu “mascarado de mulher”. Bolou uma
fantasia de roupão longo; na altura do busto, duas lâmpadas imitavam os seios e
piscavam à medida que ele andava. Provocou curiosidade. Muita. Porém, mamãe,
sempre sapiente, confidenciou-me: --Quem
não sabe que é o Heitor Aversa? E
eu nunca mais me esqueci. Sua mulher já era a minha grande professora e, quando
adulto, eu me tornei bancário como ele.
O
Helinho (talvez de tanto mexer com as engrenagens dos relógios) resolve
enfrentar certos desafios e cria uma das... das... não sei dizer, ao certo. Mas
vou descrever.
O
público, do Jardim até o Hotel Braga, se assombra com o carro alegórico que
apresenta uma gigantesca águia (como a da Portela) movimentando suas asas.
Lentamente, e “ao compasso do samba”, percorre os poucos metros da Rua Direita.
Uma
gangorra presa ao bico da ave deixava a balouçar sua importante presa. No auge
da sua juventude e formosura, lá estava, imponente e majestosa, de biquíni
branco (coberto de penas, se me lembro bem), a Ivonete. A sorrir e a sorrir.
Linda! Balançava-se assim como nós balançávamos os nossos olhos.
Assim
também balançavam outros olhos: os milhares de paralelepípedos. Eles estavam lá
e eu também. Os oitis (oitizeiros) sofreram com aqueles que neles subiam para
melhor apreciar o espetáculo.
Alguns
“olhos” serão cobertos “em vida”, porém, os meus... só a Morte os cobrirá. E
eles se lembrarão que o espetáculo foi... MA-GIS-TRAL! ... IM-PER-DÍ-VEL!
Vou compartilhar para ler quanfo meus olhos estiverem sarados.
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