sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

JORGE CURI: A VOZ QUE MARCOU ÉPOCA NO RÁDIO ESPORTIVO


Jorge José Curi se destacava dos demais locutores devido à sua grande capacidade vocal. Nascido na cidade mineira de Caxambu, em 25 de fevereiro de 1920, faz parte de uma família ligada ao rádio. Entre os seus oito irmãos, Alberto Curi foi um grande locutor de jornalismo e Ivon Curi,  cantor e ator.  

Jorge Curi e Waldir Amaral
É considerado um dos maiores locutores esportivos de todos os tempos do rádio brasileiro.  Seu estilo de narração inconfundível faz parte da história, e ele fazia realmente com que a gente, mesmo de longe, estivesse “vendo” o jogo. Nos anos de ouro do nosso futebol não tínhamos a televisão a mostrar todos os jogos como ocorre atualmente, e nos sentíamos dentro dos estádios através das ondas do rádio. Além de locutor, também era apresentador de programa de auditório. Depois de fazer um teste e passar na Rádio Nacional, em 1943, ficou por lá até 1972, quando se transferiu para a Rádio Globo, a convite de Waldir Amaral, e passou a fazer uma dobradinha narrando as partidas em conjunto. Cada um narrava um tempo do jogo. 

Ficou na Globo até 1984, quando foi demitido injustamente e de maneira nada elegante, sendo substituído pelo garotinho José Carlos Araújo e Washington Rodrigues, que vieram da Rádio Nacional. Cobriu as Copas do Mundo de 1950 a 1978. 

Era um torcedor fanático do Flamengo. Com tudo isso, pois o seu amor pelo rubro-negro nunca foi escondido, tinha o respeito e a admiração de todas as demais torcidas. Uma de suas marcas registradas foi o compromisso com aquele que estava com o rádio colado nos ouvidos, levando a verdade dos fatos.  Em duas oportunidades encontrei com ele em Campos, no início dos anos 80, e numa delas tive o prazer de apertar sua mão e expressar a minha alegria em conhecer de perto um ídolo do rádio esportivo. Foi solícito e a minha admiração só aumentou. 

Quando já estava trabalhando na Rádio Tupi, em 1985, teve sua vida interrompida em um acidente automobilístico que ocorreu próximo a Caxambu, no interior de Minas Gerais, em 23 de dezembro de 1985, quando retornava à cidade natal para os festejos de final de ano.

O rádio esportivo ficou órfão de um de seus filhos mais ilustres. Calou a voz que ecoava pela arquibancada do velho Maracanã a cada gol marcado. 

6 comentários:

  1. O mundo do futebol se abriu em definitivo pra mim pelas mãos do Jorge, na verdade ele significa pra mim o elo de ligação entre a criança Sefinho que começava a gostar do "jogo" e adolescente que realmente viu o "jogo" no Maracanã. Amigo particular de meu pai, e posteriormente me tornei amigo de seu filho o também Jorge Curi.
    Genial, o melhor apesar de uma competição honesta com o Waldir e com o Dualcey.

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  2. Simplismente o melhor de todos. O Pelé da narração esportiva brasileira.

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  3. A passeio por Caxambu-MG, tive a oportunidade de conhecer hoje o filho homônimo de Jorge Curi no Hotel Glória.

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