quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

DIDI: O PRÍNCIPE ETÍOPE


Nascido em Campos (RJ), em 8 de outubro de 1928, Valdir Pereira faz parte da galeria dos maiores jogadores da história do futebol mundial. Começou no Americano, de sua cidade natal, e antes de chegar ao Tricolor das Laranjeiras passou pelo Madureira.  Marcou época defendendo o Fluminense – campeão carioca em 1951 e da Copa Rio em 1952, e o Botafogo – campeão carioca em 1957/61/62 e do Torneio Rio-São Paulo em 1962. Outros times grandes que defendeu foi o Real Madrid, da Espanha, e uma rápida passagem pelo São Paulo, já no final de sua carreira, em 1966.

Armador clássico, Didi encantava com seu futebol técnico e criativo, seus dribles dissimulados, lançamentos precisos e chutes infernais. Foi um dos líderes do Fluminense entre o final da década de 1940 e meados da década de 1950, e também do Botafogo, além de ter sido o criador da “folha seca”. Esta técnica consistia em bater na bola, com o lado externo do pé, de modo a fazê-la girar sobre si mesma e modificar sua trajetória. Ela tem esse nome, pois esse estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito inesperado é semelhante ao de uma folha caindo.

O principal artífice da conquista da primeira Copa do Mundo pelo Brasil não foi Pelé e nem Garrincha.  Todo o mérito cabe a Didi. Primeiro, porque foi o autor do gol que deu ao Brasil a classificação para o Mundial, na sofrida vitória sobre o Peru por 1 a 0, em 1957. Depois, porque assumiu o comando da equipe dentro e fora de campo na Suécia.  É o responsável, junto com Zito e Nilton Santos, pela pressão sobre a comissão técnica que culminou com as escalações de Pelé e Garrincha. Mas foi no gramado que mostrou todo o seu engenho e arte, sendo eleito o melhor jogador da Copa de 58. É o autor do 1º gol marcado no Maracanã, antes da Copa de 50, em um amistoso entre as seleções do Rio de Janeiro e de São Paulo. Foi bicampeão mundial em 1958 e 1962.

Na Copa do Mundo de 1970, no México, foi o técnico da Seleção Peruana, classificando o país para a sua primeira Copa desde a de 1930. No confronto contra a Seleção Brasileira, foi derrotado por 4 a 2.

O ex-jogador foi internado em 25 de abril de 2001, com dores na barriga, sem saber que estava com câncer. Foi submetido a uma cirurgia de emergência três dias depois, devido a um quadro de obstrução intestinal, retirando parte da vesícula e do intestino. Didi morreu em 12 de maio do mesmo ano, 21 dias após ter descoberto a doença.

Por causa de sua elegância natural, o corpo ereto, cabeça alta, passadas muito largas, era chamado de “Príncipe Etíope”.  

Números da carreira:
Fluminense – 287 jogos e 94 gols
Botafogo – 313 jogos e 114 gols
São Paulo – 4 jogos
Seleção Brasileira – 73 jogos e 21 gols, sendo 67 oficiais e 20 gols 

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