Armador clássico, Didi encantava com seu futebol técnico e
criativo, seus dribles dissimulados, lançamentos precisos e chutes infernais. Foi
um dos líderes do Fluminense entre o final da década de 1940 e meados da década
de 1950, e também do Botafogo, além de ter sido o criador da “folha seca”. Esta técnica consistia em bater na bola, com o lado externo do
pé, de modo a fazê-la girar sobre si mesma e modificar sua trajetória. Ela tem
esse nome, pois esse estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito
inesperado é semelhante ao de uma folha caindo.
O
principal artífice da conquista da primeira Copa do Mundo pelo Brasil não foi
Pelé e nem Garrincha. Todo o mérito cabe
a Didi. Primeiro, porque foi o autor do gol que deu ao Brasil a classificação
para o Mundial, na sofrida vitória sobre o Peru por 1 a 0, em 1957. Depois,
porque assumiu o comando da equipe dentro e fora de campo na Suécia. É o responsável, junto com Zito e Nilton
Santos, pela pressão sobre a comissão técnica que culminou com as escalações de
Pelé e Garrincha. Mas foi no gramado que mostrou todo o seu engenho e arte,
sendo eleito o melhor jogador da Copa de 58. É o autor do 1º gol marcado no
Maracanã, antes da Copa de 50, em um amistoso entre as seleções do Rio de
Janeiro e de São Paulo. Foi bicampeão mundial em 1958 e 1962.Na Copa do Mundo de 1970, no México, foi o técnico da Seleção Peruana, classificando o país para a sua primeira Copa desde a de 1930. No confronto contra a Seleção Brasileira, foi derrotado por 4 a 2.
O
ex-jogador foi internado em 25 de abril de 2001, com dores na barriga, sem
saber que estava com câncer. Foi submetido a uma cirurgia de emergência três
dias depois, devido a um quadro de obstrução intestinal, retirando parte da
vesícula e do intestino. Didi morreu em 12 de maio do mesmo ano, 21 dias após
ter descoberto a doença.
Por causa
de sua elegância natural, o corpo ereto, cabeça alta, passadas muito largas,
era chamado de “Príncipe Etíope”.
Números
da carreira:
Fluminense – 287 jogos e 94 gols
Botafogo – 313 jogos e 114 gols
São Paulo – 4 jogos
Seleção
Brasileira – 73 jogos e 21 gols, sendo 67 oficiais e 20 gols

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