terça-feira, 18 de julho de 2017

CANHOTEIRO: O GARRINCHA DE SÃO PAULO


José Ribamar de Oliveira nasceu em Coroatá, MA, em 24 de setembro de 1932.  Esse atacante veloz, de dribles desconcertantes, faz parte da galeria de grandes craques da história do São Paulo. Possuía uma capacidade incomum de driblar em espaços reduzidos, de surpreender o adversário com um toque inventado na hora. Pelo absoluto domínio de bola, raramente perdia a bola quando partia em velocidade rumo ao gol adversário. Seus cruzamentos eram tão precisos que mais pareciam um passe ou lançamento. Dono de uma habilidade fantástica, Canhoteiro era certeiro nas cabeçadas e nos chutes rasteiros. Jornalistas paulistas que o viram em ação não hesitam: é sua, de direito, a camisa 11 de uma hipotética seleção brasileira de todos os tempos. 

Jogou no São Paulo, Nacional e Toluca (ambos do México), Nacional (SP) e Saad (SP), onde encerrou a carreira. Entre os anos de 1954 e 1963, defendeu o São Paulo em 402 jogos, marcando 104 gols. Conquistou o Campeonato Paulista de 1957, na companhia do craque Zizinho.       

Considerado por muitos o mais habilidoso ponta-esquerda de sua geração, numa partida contra o Corinthians, pelo Campeonato Paulista de 1960, foi atingido involuntariamente pelo zagueiro Homero.  O joelho teve de ser operado duas vezes. Depois disso, ele nunca mais foi o mesmo jogador. 

Na Seleção, não foi o mesmo. O medo de avião atrapalhou. Outro detalhe: Canhoteiro adorava a noite e não gostava de concentrações, o que teria motivado sua ausência em Copas do Mundo. Num dos quatro amistosos da Seleção, já no Brasil e às vésperas do embarque para a Suécia, em 1958, Canhoteiro e Jadir, esse do Flamengo, foram cortados pelo técnico Vicente Feola por farrear além da hora de voltar ao Hotel, onde se hospedava o grupo. Perderam a chance de ser campeões do mundo. Defendeu a Seleção em 16 jogos e marcou 1 gol, sendo 15 oficiais.    

A vida noturna e a bebida, podem ter contribuído para que sofresse, aos 42 anos, já longe da bola, e trabalhando como porteiro do Banespa, o acidente vascular cerebral que o matou em 16 de agosto de 1974.



4 comentários:

  1. Esse nao fez.parte do meu conhecimento da bola. É citado numa canção de Chico Buarque " O Futebol" para Mané, Didi, Pagão, Pelé e Canhoteiro.

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    1. Tudo bem. Mas se um dia, numa mesa de "Ubá", se alguém perguntar, um pouco de "Canhoteiro" vc já sabe explicar. rsss

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  2. Vi ele jogar, era fantástico. Seu único defeito era ser mau finalizador. Isso foi corrigido pelo técnico húngaro Bela Gutmann, que introduziu no Brasil o treinamento de finalização. Daí pra frente, ninguém mais segurava.

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