terça-feira, 15 de maio de 2018

NOSSOS HOTÉIS - POR JOSÉ ERASMO TOSTES

HOTEL BRAGA

Miracema hoje prima por estar bem servida de um hotel à altura de receber os seus visitantes ilustres, assim como os viajantes que por aqui pernoitam. Trata-se do Hotel Varandas, novo e moderno, agora sob nova direção, proporcionando aos seus hóspedes uma boa acomodação.
 
HOTEL VARANDAS 
O Hotel Bela Vista, recentemente inaugurado, funciona na Avenida Antônio Mendes Linhares, onde, na parte de baixo, de propriedade de um libanês, serve-se comida árabe de primeira qualidade.

Na Rua Direita, fica situado o Palace Hotel, que foi construído por Romero Braga, no mesmo local onde funcionava a antiga Agência Ford, prestando bons serviços; na parte de baixo, um estacionamento rotativo. Mas Romero, por sua morte prematura, não teve tempo de usufruir dos seus serviços.

O Hotel Braga foi construído em 1918, com 14 janelas de frente para a rua e 12 colunas romanas, pelo italiano Salvador Ciufo, que também construiu o prédio da antiga Força e Luz em 1915, e o da Sociedade Musical Sete de Setembro, juntamente com o primeiro cinema da cidade, além de muitas casas na proximidade da Estação da Leopoldina. Além disso, Ciufo fornecia água a todas as suas casas, vinda do Vale do Cedro, onde existia máquina de arroz, de café e fábrica de aguardente. O hotel sempre manteve uma clientela muito grande nos seus áureos tempos, por prestar serviços de primeira qualidade. Seu refeitório servia como sala de convenções para receber visitantes ilustres, como um, por nome Peixoto, indo se banhar, não encontrando o sabonete, enrolou-se numa toalha, e, chegando ao topo da escada para pedir um, escorregou, indo parar nu dentro do salão de convenções, onde haviam muitos convidados. Peixoto nunca mais voltou à Miracema. Hoje, a parte de baixo foi dividida em dez lojas para comércio. Um dos primeiros a gerenciar o hotel foi João Shimit Barbosa, depois foi Antônio Rego e mais tarde foi explorado por Dona Eliza, uma portuguesa que tinha como auxiliares o Sr. Antoninho, um negro que tinha uma perna dura, o Sr. Edson e o Maleiro Tomás.

O Hotel Assis ficava quase de frente à Estação da Leopoldina, onde hoje, em seu lugar, fica um supermercado. Também teve seus dias de glória. Teve como proprietário o Sr. Aristeu Barros, que mais tarde transferiu para Dona Ermínia, esposa do Berto Barros. Na época de muito movimento, Dona Ermínia sempre improvisava um quarto nos fundos, que era dividido ao meio por um tapume de madeira. Certa madrugada, um rapaz que ia viajar ao amanhecer, e que estava lá hospedado, ouviu do outro lado uma voz que dizia: “abre bem que vou enfiar; abre mais um pouco que vou colocar tudo dentro. Agora está bom, vou trepar em cima, vamos trepar os dois.” O rapaz, ouvindo aquilo, começou a ficar curioso. Trepou numa cadeira para olhar, para ver o que estava acontecendo, e viu um casal de velhinhos pelejando para fechar uma mala de couro para viajar.

Nota: imagens retiradas da internet. 

5 comentários:

  1. Do hotel Braga junto com sr Antoninho estava Duarte Padilha e minha irmã Ana Jardim Padilha trabalhavam na cozinha Eles eram casados Duarte ja faleceu mas minha irmã esta hoje com 92 anos Agora uma pergunta o hotel voltou a funcionar?

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  2. Não. Continua em reforma e me parece que o seu futuro será para salas comerciais.

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  3. Boa de mais essa matéria. Parabéns Tadeu!!!

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  4. Sou neta de Hermínia Barros e Bertho Barros (grafia correta de seus nomes), e fiquei muito feliz em ver uma menção ao Hotel onde morei três anos. Para que eu e meu irmão não entrássemos no corredor dos quartos e incomodássemos os hóspedes, minha avó, que de doce não tinha nada, dizia que o corredor era mal assombrado... Descobri mais tarde que realmente um hóspede morreu em um dos 25 quartos, que vivia fechado.

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