sábado, 6 de agosto de 2016

DIDI E SUA HISTÓRIA COM A CIDADE DE CAMPOS



- Milton, ainda vou ser o maior jogador do mundo.
- Tomara, crioulo, você tem tudo para isso. Você nasceu mesmo pra jogar bola, sabia?
- Serei o maior de todos um dia. E ganharei muito dinheiro. Um dinheiro que ninguém pode imaginar.  

E provavelmente nem seu amigo Milton Barreto, da cidade de Campos, poderia imaginar que um dia ele chegaria tão longe.

Naquele tempo, por volta de 1941, com 12 anos, Didi era um dos mais assíduos frequentadores do campinho do São Cristóvão, num terreno baldio encravado bem no meio da Rua Machado de Assis, afastado do centro da cidade. Entrar no São Cristóvão e na sua escolinha, dirigida pelo seu Derengo, não era fácil.  O garoto tinha de saber tudo de bola. Mas isso não era problema para Didi.

Naquele tempo, por volta de 1941, com 12 anos, Didi era um dos mais assíduos frequentadores do campinho do São Cristóvão, num terreno baldio encravado bem no meio da Rua Machado de Assis, afastado do centro da cidade.Entrar no São Cristóvão e na sua escolinha, dirigida pelo seu Derengo, não era fácil.  O garoto tinha de saber tudo de bola. Mas isso não era problema para Didi.

Didi nasceu em 8 de outubro de 1928, num pequeno sobrado da Rua Aquidabã, uma rua de chão batido que todo final de tarde se transformava em campo de peladas. E foi então que dona Maria, a mãe do jogador, começou a perceber que o filho estava jogando com gente grande quando chegava em casa todo machucado. Em pouco tempo, ele se tornava um paciente mais do que fiel da avó, Creusolina, rezadeira convicta que curava as dores do neto com muita reza e massagens de óleo de rim de carneiro.

Didi quase teve a perna amputada em certa ocasião e se não fosse a resistência da avó contra os médicos – que queriam operá-lo – provavelmente ele teria ficado sem uma perna. O certo é que Didi continuou a ser tratado pela avó e algum tempo depois voltou a andar, inicialmente amparado por muletas e depois mancando um pouco. Quando ficou bom de vez, Didi tinha a perna direita um centímetro mais curta que a esquerda. Suas chuteiras também possuíam números diferentes: 41 para o pé direito, 40 para o esquerdo.

Em 1945, aos 16 anos, o pai de Didi, seu Artur, matriculou o filho no Colégio Aprendiz Artífice, que depois virou a Escola Técnica Federal de Campos. E se recebia elogios na escola, estes eram ainda maiores quando pisava num campo de futebol. Didi passou a jogar no time do Colégio, com Olímpio Chagas, no São Cristóvão, com Derengue, e até mesmo no Americano ou Goytacaz, toda vez que um time do Rio jogava em Campos.

Didi é o penúltimo em pé a partir da esquerda 
Depois, acabou indo para no Industrial, time formado no bairro da Lapa e sustentado por uma fábrica de tecidos. Lá, jogou ao lado do lateral-direito Edinho, irmão do jogador Amarildo, do goleiro Neílton e dos irmãos Antoninho e Fernando Falcão. Nessa época, Didi já era o mais famoso jogador de meio-campo da cidade de Campos, e sonhava em ir para um centro maior.

Um dia, em 1947, junto com os amigos Irmo e Sula, fugiu para Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, e passou a treinar no Lençoense, onde assinou um contrato provisório. Só que o negócio acabou não dando em nada, pois, antes de viajar, Didi já tinha assinado um contrato com o Rio Branco, de Campos. O jeito foi voltar e esperar uma nova chance.

Que surgiu em 1948, quando Benedito Rosa, homem ligado ao Madureira, viu os irmãos Didi e Dodô jogarem e resolveu levá-los. Antes de viajar, Didi casou-se com Maria Luísa e dias depois do casamento viajou para o Rio.

Tudo fazia crer que Didi, um dia, iria cumprir a promessa feita ao amigo de Campos e tornar-se um craque famoso. Quis o destino que após dois anos de sua saída da cidade natal, mais precisamente no dia 18 de julho de 1950, ele entrou em campo para inaugurar o Maracanã, num jogo contra os paulistas, e marcou o primeiro gol da história do maior do mundo, até então.

Fonte: revista Placar 


2 comentários:

  1. Município é Lençóis Paulista distante 280 km da capital, fica na região de Botucatu. Possui a maior biblioteca do Estado de SP, por isso ser a "Cidade do Livro". Com sub solo rico em águas, daí Lençóis de "lençóis freáticos".

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