- Milton, ainda vou ser
o maior jogador do mundo.
- Tomara, crioulo, você
tem tudo para isso. Você nasceu mesmo pra jogar bola, sabia?
- Serei o maior de
todos um dia. E ganharei muito dinheiro. Um dinheiro que ninguém pode imaginar.
E provavelmente nem seu
amigo Milton Barreto, da cidade de Campos, poderia imaginar que um dia ele
chegaria tão longe.
Naquele tempo, por
volta de 1941, com 12 anos, Didi era um dos mais assíduos frequentadores do
campinho do São Cristóvão, num terreno baldio encravado bem no meio da Rua
Machado de Assis, afastado do centro da cidade. Entrar no São Cristóvão e na
sua escolinha, dirigida pelo seu Derengo, não era fácil. O garoto tinha de saber tudo de bola. Mas isso
não era problema para Didi.
Naquele tempo, por volta de 1941, com 12 anos, Didi era um dos mais assíduos frequentadores do campinho do São Cristóvão, num terreno baldio encravado bem no meio da Rua Machado de Assis, afastado do centro da cidade.Entrar no São Cristóvão e na sua escolinha, dirigida pelo seu Derengo, não era fácil. O garoto tinha de saber tudo de bola. Mas isso não era problema para Didi.
Didi nasceu em 8 de outubro de 1928, num
pequeno sobrado da Rua Aquidabã, uma rua de chão batido que todo final de tarde
se transformava em campo de peladas. E foi então que dona Maria, a mãe do
jogador, começou a perceber que o filho estava jogando com gente grande quando
chegava em casa todo machucado. Em pouco tempo, ele se tornava um paciente mais
do que fiel da avó, Creusolina, rezadeira convicta que curava as dores do neto
com muita reza e massagens de óleo de rim de carneiro.
Didi quase teve a perna
amputada em certa ocasião e se não fosse a resistência da avó contra os médicos
– que queriam operá-lo – provavelmente ele teria ficado sem uma perna. O certo
é que Didi continuou a ser tratado pela avó e algum tempo depois voltou a
andar, inicialmente amparado por muletas e depois mancando um pouco. Quando
ficou bom de vez, Didi tinha a perna direita um centímetro mais curta que a
esquerda. Suas chuteiras também possuíam números diferentes: 41 para o pé
direito, 40 para o esquerdo.
Em 1945, aos 16 anos, o
pai de Didi, seu Artur, matriculou o filho no Colégio Aprendiz Artífice, que
depois virou a Escola Técnica Federal de Campos. E se recebia elogios na
escola, estes eram ainda maiores quando pisava num campo de futebol. Didi
passou a jogar no time do Colégio, com Olímpio Chagas, no São Cristóvão, com
Derengue, e até mesmo no Americano ou Goytacaz, toda vez que um time do Rio
jogava em Campos.
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| Didi é o penúltimo em pé a partir da esquerda |
Um dia, em 1947, junto
com os amigos Irmo e Sula, fugiu para Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, e
passou a treinar no Lençoense, onde assinou um contrato provisório. Só que o
negócio acabou não dando em nada, pois, antes de viajar, Didi já tinha assinado
um contrato com o Rio Branco, de Campos. O jeito foi voltar e esperar uma nova
chance.
Tudo fazia crer que
Didi, um dia, iria cumprir a promessa feita ao amigo de Campos e tornar-se um
craque famoso. Quis o destino que após dois anos de sua saída da cidade natal, mais
precisamente no dia 18 de julho de 1950, ele entrou em campo para inaugurar o
Maracanã, num jogo contra os paulistas, e marcou o primeiro gol da história do
maior do mundo, até então.
Fonte: revista Placar
Fonte: revista Placar


Município é Lençóis Paulista distante 280 km da capital, fica na região de Botucatu. Possui a maior biblioteca do Estado de SP, por isso ser a "Cidade do Livro". Com sub solo rico em águas, daí Lençóis de "lençóis freáticos".
ResponderExcluirOk.
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